Há minutos e dias, há flashes e duradouros momentos, há "mar e mar,
há ir e voltar", há mãos que se tocam e outras que não se largam, há
sorrisos que marcam e outros que marcam, há caras que se eternizam e pessoas
que são eternizadas, há gestos que apertam o sentir e sentimentos que
gesticulam o pensar!
Pois é, há dias em que a saudade aperta e o coração fica numa ansiedade
tal que não cabe no peito. Há ainda outros em que ele bate tão ligeiro que
parece não acalmar. Por lhe faltar o abrigo, um porto seguro, ou simplesmente
porque não almeja o rosto que procura.
Quantas não são as saudades que procuram um amigo ou familiar que o tempo
escondeu? Ou quantos não se sentem esperançosos de voltar a ter aquele abraço
que surgiu pela última vez na despedida? Uns voltam, outros não! Os infortúnios
da vida dão mesmo assim, mas, bolas, há tanto que fica por dizer e por
demonstrar! E de pensar que por vezes um último afago ou piscar de olho teria
feito a diferença…
O Homem adora por de fora as garras, por vezes afiadas lâminas, e dar uso
ao vil poder tão destrutivo de uma simples palavra entoada num timbre ríspido ou
a um movimento mais hostil. Mas é esse mesmo ser que veste a pele de
cordeirinho quando lhe falta o chão que sustenta tamanha proeza, quando se vê
isolado e só! Para esses, para nós, caberia uma humildade no agir, um cuidar do
que se diz ou faz… mas o Homem é mesmo assim, um lobo que se alimenta de espontaneidade
e impulsos tão voláteis como as suas vontades!
Mostrar uma lágrima ou sorriso, dar um abraço ou um aperto de mão, um
sorrir mais rasgado ou um piscar de olho, um afeto não é menos importante e não
deveria ser menos espontâneo que um insulto ou sinal de negação, ou deveria?
Pois! Neste ping-pong de ações e sentires, tão forte é a pancada da raquete do
adversário como a resposta que lhe damos ao receber a bola. Se podíamos jogar
de uma outra forma? A resposta é positiva, mas o hábito e a imponente invisibilidade
do que nos rodeia impõe sempre a sua forma de lançar os dados e o jogo acaba
sempre viciado!
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